Aqui a pimenta virou adjetivo. É a alma do blog e não um mero substantivo. E é dose dupla de pimenta: Elisa Marante e Jô Martines. Mais que amigas, irmãs. Viemos para apimentar as conversas, apimentar as idéias, os pensamentos. Vamos falar de amor, sexo, liberdade, prisão, felicidade, homens, mulheres, sucesso, profissão, sonhos, traição, beleza, cumplicidade, ciúmes, fracasso, e de tudo o que nos der vontade. Ah, e claro, até mesmo de coisas doces e suaves.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
O RETORNO DA FÊNIX
Por: Jô Martines
Você já sentiu saudades profundas de si mesmo?
Eu senti.
Já vasculhou todos os recônditos de sua alma em busca daquela pessoa que um dia você era e que se perdeu por ai, nas idas e vindas de um insano cotidiano, que aparentemente não nos leva a lugar nenhum?
Eu sim.
Estou finalmente chegando de volta à mim, depois de uma cansativa viagem. Depois de tentar retroceder num percurso que me causou estranheza, medo, receio de me perder de novo pelo caminho.
É uma sensação de quase-morte (e disso eu entendo, vai por mim).
É sensação de evanescência, de extinção.
Esbarrei em fatos, em sentimentos, em pensamentos meus, como se eu fosse uma estranha a me assistir.
Pude me observar, me julgar, me criticar, me questionar, repetidas vezes.
Sim, foi minha sabatina, minha mea culpa.
E claro que, inevitavelmente acendi minha fogueira e fiz minha auto-inquisição.
E nessa minha fogueira queimei muitas mágoas (não todas, como era de se querer), queimei muitas frustrações, muitos enganos, ilusões, mas fiz questão de queimar muitas desilusões também.
E não é que sai bem mais leve?
Ainda não consegui concretizar o real desejo de trilhar o caminho de Santiago, mas posso dizer, sem medo de errar, que consegui me desfazer de alguns pesos que certamente iriam me assombrar, caso continuassem cá comigo.
E acredite, para alguns erros eu até me consenti o perdão.
Cá comigo, de antemão já sei que essa fogueira vai ter de ser reacendida por diversas vezes ainda.
Tantas quantas forem necessárias para depurar-me e para que eu possa renascer de mim sempre que isso tiver que acontecer.
Estou sim renascida, e por isso mesmo prestes a começar novas jornadas, interiores, exteriores, solitárias, solidárias.
Mas agora, dê-me espaço, deixo-te meu abraço, preciso ir... vou voar...
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