quinta-feira, 26 de junho de 2014

ME AME OU ME DEIXE "OU" TE AMAREI SOMENTE SE VOCE ME REFLETIR

Por: Jô Martines

Quanto eu tenho que me anular, ceder, me esconder, me desapegar, para encolher a ponto de caber no espaço que você oferta para mim em sua própria vida?
Se meus valores, meus sonhos, minha ideologia não te agradam, porque insistir na minha presença?
Se é para apenas me tolerar, sem se deixar abraçar, sem sequer olhar meus olhos, janelas da minha alma, porque me chama pra junto de si?
Melhor seria me ignorar, me insular na “Sibéria” emocional de vez...
Se me julgas em tal conta como um caso perdido, perdida está para mim a vontade de te agradar só para ficar mais perto de ti.
Se me julgas hipócrita e vazia, porque falas de mim pelas costas? Fala face a face... Enobrece seu espírito e usa da sua sinceridade para comigo também.
A única coisa que todo ser humano tem de verdade em comum é o fato de que somos todos diferentes.
Nossa bagagem se fez de um mosaico de fatos, sentimentos, momentos, escolhas, sonhos.
Nossos caminhos foram e sempre serão trilhados desiguais.
E mesmo assim tu queres que eu seja igual a ti?
Logo eu, que luto com unhas e dentes pela minha verdade, tenho que abrir mão do que sou pra receber migalhas de carinho e atenção, eu que sei que nada sou?
Aceito a tua desaprovação. Não precisas pensar nem sentir como eu.
Mas jamais aceitarei que uses contra mim meus pensamentos, meus sentimentos, meus ideais.
Se tu não queres que eu participe da sua vida, ainda que seja da minha maneira torta de participar, então te apartes de mim.
Jesus mesmo já havia esclarecido sobre essa questão quando perguntou:"Quem é minha mãe e quem são meus irmãos".
Voce não é, nem nunca foi obrigada a me aceitar, ainda que a encarnação nos tenha colocado no mesmo ninho, mas em caminhos paralelos, e não idênticos.
Exercita teu livre-arbítrio e me repudia de vez.
Não me venhas com adulações, com condescendências desnecessárias.
Ah, e não se preocupe. Viverei sem ti, sim. Viverei um pouco mais pobre, sim.
Mas viverei sem me ferir nas tuas meias-verdades, na tua diplomacia fajuta, no teu meio amor.
Continue se cercando de pessoas aduladoras.
Mas nunca mais tente fazer com que eu me torne aduladora.
Da minha boca continuarão a sair algumas palavras amargas, sim. Outras nem tanto.
Mas não me curvarei ao teu desejo de que eu forje a mim mesma no mesmo material do qual você se fez.
E se você um dia sentir sinceramente a minha falta, a falta de quem eu realmente sou e não de quem você gostaria que eu fosse, pense da seguinte maneira:“Não consegui domesticar esse animal, ainda que fraternalmente tenha lhe ofertado minha mão salvadora. Ela preferiu a solidão à receber minhas migalhas de amor...”

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