sexta-feira, 11 de maio de 2012

MEUS 45 ANOS

Por: Elisa Marante

Esta semana eu completei 45 anos. É engraçado. Me sinto bem diferente do que pensei que sentiria quando chegasse nesta idade.

Mas como é ter 45 anos?

Na verdade, eu não sei exatamente. É a primeira vez que completo esta idade. Ninguém me ensinou como era chegar aos 45 anos. E se alguém tentou me explicar, eu não prestei atenção.

Bem, eu sei o que é ter 15, 20, 30, mas 45, estou aprendendo.

Me lembro quando completei 15 anos. Antes disso, me lembro bem de momentos importantes do tipo: primeira menstruação, primeiro beijo, primeira paixão na escola, entre outros.

15 anos. Nossa. Parecia que o mundo tinha despertado pra mim. Eu já não era mais criança. Eu estava bem mais perto dos 18 anos. Eu estava mais perto da liberdade. Mais 3 anos e eu poderia fazer o que queria da minha vida. Aliás, já quase me sentia dona do meu próprio nariz. Achava que seria capaz de abraçar o mundo, conquistar países e planetas. Aos 15 anos, achei que sabia tudo da verdade do mundo. Energia a todo vapor. 45 anos? Nossa. Estava tão longe desse número que mal pensava nisso.  Quando pensava, me imaginava numa cadeira de balanço, fazendo tricô e gelatina para os netinhos.

Depois vem os 20 anos. Mais ou menos como se tivesse 15, só que agora com  mais responsabilidades e sem poder fazer bobagens, porque já somos maiores de 18 e respondemos pelos nossos atos.
Além disso, me lembro bem que o tempo começa a passar bem mais rápido que aqueles longíquos anos até os 15.

30 anos. A melhor idade de uma mulher. Adulta, Sabe exatamente o que quer (ou pelo menos deveria saber), independentes, seguras e lindas... Teoricamente bem resolvidas na sua vida sexual e amorosa. Nossa, que saudade dos meus 30 anos. Porém, passam mais rápido que aqueles, novamente longíquos, anos após os 20.

Ok. Chegamos aos 45. A fase dos “enta”. Este sufixo que nunca mais sai das nossas vidas. Este sim, é um casamento até que a morte nos separe.

Estou começando esta jornada. Não é como achei aos 15 anos. Não tenho cadeira de balanço, muito menos netinhos.
Não posso explicar como é ter 45 anos, como se fosse uma regra igual para todos. O máximo que posso fazer é dizer como eu sou hoje.

Me sinto madura. Não existem mais meias verdades, meias mentiras ou meias atitudes, mas 100% de compreensão e decisão.
Celulite? Gordura localizada? Estrias? Sim, elas existem, eu posso vê-las, mas nem as percebo mais. Acho que elas sumiram, porque parei de me preocupar com elas. Sexo: menos quantidade, mas bem mais intenso e com menos vergonha e tabus. Estou mais perto da menopausa. Mas me sinto tão mulher quanto tinha 30 anos. Me sinto ainda mais segura, muito mais sensual e bonita.  As rugas estão se acentuando. Mas se um dia decidir fazer uma plástica, farei sem medo de ser feliz, pois agora, mais que nunca, sou 100% mulher. Medo de perder o marido para uma mulher mais jovem? De jeito nenhum. Ele que deve ter medo de me perder para um homem mais jovem.
Não abracei o mundo Não conquistei países ou planetas. Mas me sinto conquistada. Conquistada por mim mesma.

Passei a me amar como nunca me amei nas últimas 4 décadas.

Enfim, 45 anos. Cada ano foi mais um presente. 45 anos de vida, são 45 anos de vida. Simples assim...

Conselho de uma mulher de 45 anos?

Não sei não. Acho que os mesmos conselhos de uma mulher de 80:

Viva um ano de cada vez. Não tenha medo de ser feliz. Tudo tem seu momento. Tudo tem seu brilho. Quando chegar aos 45, seu brilho vai ser tão forte que será único. Mesmo que seja só pra você.

E quem se importa com o que os outros acham?

3 comentários:

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