Por: Jô Martines
Tenho mais perguntas do que respostas.
E é bom que seja assim. Me faz seguir adiante.
Algumas poucas certezas e uma imensidão de espaços vazios, à espera das verdades definitivas.
As perguntas me dão asas. E, embora eu ainda não saiba voar, a simples perspectiva de alçar vôo, o simples potencial inexplorado, a infinita possibilidade de existência, de vivência, de criatividade, acabam sendo a minha força motriz.
Porque as respostas para alguns são tão e simplesmente o fim da jornada, enquanto que para mim elas são parte integrante da grande viagem e da vastíssima paisagem através de mim mesma.
Muitas vezes eu me esqueço disso tudo e acabo procurando esta força motriz no outro, no companheiro, na mãe, no ofício, no resultado financeiro do ofício, na inspiração que vem daqueles que finalmente se encontraram em si mesmos.
E é nessas horas que a pele parece que me aperta, me espreme, tenta me sufocar. E a cabeça gira. E as horas se arrastam até beirar a eternidade.
Mas eis que as asas teimam em se alongar, se posicionar para o vôo futuro, cheio de promessas e de vertigens.
Eis que os porquês tomam conta da alma num arrebatamento completo e disparam em mim a vontade de finalmente alçar vôo.
Eis que os apegos me amordaçam, as relações malfadadas me atam, me envolvem, me prendem.
Eis que maculado por tantos enganos e desilusões, o coração pesado resolve ser âncora e, passional que é, me atira de volta ao chão.
Coragem. Ainda não será desta vez.
E, embora inevitável, o vôo adiado serve para fortalecer a vontade.
Respostas para quê?
Eu tenho perguntas. Muitas perguntas.
Minha força motriz são os “Porquês”.
Aqui a pimenta virou adjetivo. É a alma do blog e não um mero substantivo. E é dose dupla de pimenta: Elisa Marante e Jô Martines. Mais que amigas, irmãs. Viemos para apimentar as conversas, apimentar as idéias, os pensamentos. Vamos falar de amor, sexo, liberdade, prisão, felicidade, homens, mulheres, sucesso, profissão, sonhos, traição, beleza, cumplicidade, ciúmes, fracasso, e de tudo o que nos der vontade. Ah, e claro, até mesmo de coisas doces e suaves.
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